23.5.08

quarteto da bic

a memória é provocada pelo regresso de pequenos objectos que aproveitamos para nos retomarmos/reafirmarmos... para cada acto, para cada palavra, para cada omissão, para cada viagem, para cada... há, por menos, duas perspectivas e, em certos dias/livros, quatro...

1 comentário:

Anónimo disse...

In memoriam

Por isso, como escreveu Herberto Helder, "não toques nos objectos imediatos".
"Por mais leve que seja um bule ou uma chávena, são loucos todos os objectos".
Neles pode morar a memória dessa sede que não se estancou,
desse caos que a ti regressou...
Por isso, como também escreveu David Mourão Ferreira, na rua os teus passos é o meu coração que os soletra.
Por isso, no copo, além do gin e do gelo e da roda de limão
está a noite mais quente daquele Verão
e "no gira-discos, O Martírio de São Sabastião, de Debussy,
era, na jarra, de repente, um lírio!
Era a certeza de ficar sem ti."

Mas em cada regresso
me retomo,
recomeço,
reafirmo,
pois que "mal chegaste, mal voltaste, mal te vi"...
já no fundo dos caminhos te extingui...
nas palavras de Ricoeur c'est l'a memoire, l'histoire, l'oubli.