28.10.08

cai[a]da



a ausência de corrector na vida [era] é [será] erroneamente designada destino.

27.10.08

citação

na sugestão do plágio há assombro e presunção

o poder da arte (dos outros) é intimar-nos a olhar

e com/em constância construir

23.10.08

sinal da cruz no jogo do galo

Sabe dizer-me onde fica a Rua da Misericórdia, pergunta do interior de um carro comercial preto. Talvez se me indicar o que procura. Mostra a folha A4, orlada a preto, com uma cruz centrada ao cimo, a anunciar o óbito.
Ainda há quem lá viva que se lembre de quem já lá viveu? Ainda há essa rua? Ainda há misericórdia?
Quando eu morrer, joguem ao jogo do galo, sem galo...

22.10.08

Portugal

às
vezes
parece
que cai

mas afinal só
está inclinado

20.10.08

da amizade




podemos estar juntos

e, porém, contudo, todavia,
mas, entretanto, no entanto

de costas voltadas

19.10.08

16.10.08

a descer por linhas direitas





tal como não precisamos (mesmo) de linhas para escrever, também não precisamos (mesmo) de chão para mudar de lugar.

mesmo sem santos! ou talvez porque não somos santos...

15.10.08

respirar letras



uns dias escreve-se com palavras nuvens, outros com palavras ondas. mas escreve-se.

14.10.08

encaixar



cada qual num seu lugar: queixas e explicações em caixas separadas, de preferência fechadas, a abrir num post-mortem das más disposições

13.10.08

escombros



o preto e branco
é por
ca[u]sa da escrita

4.10.08

rasgos azuis




enganados pela desatenção ao pormenor,
confundimos lixo com memória

3.10.08

da alta à baixa



ao virar da esquina um novo teatro, onde chego por um familiar percurso da família que dá (mais um) sentido a estar aqui