11.3.08

santo-pecador

Perguntei-lhe porque estava a dar de comer às pombas e ele respondeu-me que também elas têm fome.
Perguntei-lhe se sabia que há uns anos, ali perto, alguém tinha sido multado por o fazer.
Não só se recordava do sucedido como sabia que essa imposição legal derivava do facto de pombos e pombas serem portadores de doenças.
Com as migalhas do pão integral (cuja côdea ontem comeu, e nada mais, até porque o pão não era "mesmo" integral e ele é há 30 anos lacto-ovo-vegetariano e não imune às doenças) passou de uma das sete obras de misericórdia corporais (dar de comer a quem tem fome), contrária a vários pecados mortais (avareza, gula e preguiça), para um novo pecado a propósito de modernos "demónios": poluição.
Agradeci-lhe ter-me recordado uma infância.

2 comentários:

Anónimo disse...

Novos pecados, modernos "demónios"!.
Tempos modernos..."Infernal machine"!.

Sonhos passados, verdades contemporâneas...mentiras futuras, ...,
Andarilhos do mundo!.

Paradoxos comportamentais, prazeres temporais...memórias futuras.
Andarilhos civilizacional!.

Anónimo disse...

Poema para um novo pecado a propósito de modernos "demónios"- poluição:

"As ventas de Deus
de tanto entupidas
já não respiram vidas!

E de tanta fumaça
já não mais há graça
no paraíso, que
perdeu o sorriso das
flores e das rosas;
e que aos poucos
cauteriza o
ventre da terra…

[…]

Estão entupidas
as ventas de Deus
pelo vírus do
consumo humano."

(João Batista do Lago)