9.5.08
in-dissociação
descobri(-me!) que podia escrever a letra de um fado cantado pelo Camané porque o que ele canta e como ele canta tanto está em mim como às vezes não só está como é.
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2 comentários:
Pois que te entendo tão bem...
quando o fado é Triste Sorte
e nos canta da procura
"De uma noite menos escura
Que traga luar do céu
De uma noite menos fria
Em que não sinta agonia
De um dia a mais que morreu"
E pois que quanto mais canta
"mais água dos meus olhos corre"
E juntamente com o canto
se vai soltando o meu pranto
e este "não me entendo" eu
"Já gastei a primavera do meu tempo
Já fiz da boca jardins de vento
E não me entendo
E não me entendo
Eu não me entendo"
Ai que "Não sei que rio é este em que me banho
Que destrói todas as margens que escolhi
Que leva para o mar tudo o que tenho
E me traz da nascente o que perdi
Não sei que vento é este de repente
Que tudo o que eu desfiz ele refaz
Que me empurra com força para a frente
Quando caio desamparada para trás
Não sei que tempo é este em que carrego
Co´ a memória das coisas que não guardo
Que me obriga a partir sempre que chego
E a chegar cedo demais sempre que tardo
Não sei que sol é este que me abrasa
Quanto mais tapo os olhos e me abrigo
Que abre a tudo o que é estranho a minha casa
Quanto mais eu me fecho só comigo
Que não-saber é este que não quer
Saber do não-saber que lhe ensinei
E que faz com que eu aprenda sem querer
A saber cada vez mais o que não sei"
Pois que te entendo tão bem...
quando o fado é Triste Sorte
e nos canta da procura
"De uma noite menos escura
Que traga luar do céu
De uma noite menos fria
Em que não sinta agonia
De um dia a mais que morreu"
E pois que quanto mais canta
"mais água dos meus olhos corre"
E juntamente com o canto
se vai soltando o meu pranto
e este "não me entendo" eu
"Já gastei a primavera do meu tempo
Já fiz da boca jardins de vento
E não me entendo
E não me entendo
Eu não me entendo"
Ai que "Não sei que rio é este em que me banho
Que destrói todas as margens que escolhi
Que leva para o mar tudo o que tenho
E me traz da nascente o que perdi
Não sei que vento é este de repente
Que tudo o que eu desfiz ele refaz
Que me empurra com força para a frente
Quando caio desamparada para trás
Não sei que tempo é este em que carrego
Co´ a memória das coisas que não guardo
Que me obriga a partir sempre que chego
E a chegar cedo demais sempre que tardo
Não sei que sol é este que me abrasa
Quanto mais tapo os olhos e me abrigo
Que abre a tudo o que é estranho a minha casa
Quanto mais eu me fecho só comigo
Que não-saber é este que não quer
Saber do não-saber que lhe ensinei
E que faz com que eu aprenda sem querer
A saber cada vez mais o que não sei"
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