aldraba aldrabada

pede-se ao primeiro
a sair que deixe
a porta aberta.

espionar-te-me; espionar-me-te

são 15 passos no corredor — 30 se fingir que sou outro com quem falo — e não consigo parar de perguntar-me [-lhe]: para quê este caminho tão longo se não consegui memórias para pendurar?

aziaga azinhaga

no sofrimento por antecipação
mortifica-se no presente
o ressentimento da contrição

terra de ninguém

as protecções roubam-nos o tempo, resguardam-nos ao desejo, suprimem o ar e a luz e a terra e o fogo e abandonam-nos sós — sem sabor e sem saber.

pele [2]

às vezes assusta mais a [trans/meta] figuração do que a ausência ou a criação.

não te queixes, não te expliques

porque, nesta cidade, vão pensar que só porque pensas que és doutor não és, também tu, cidade...

pele [1]

entretantos e
entre tantos



estamos onde somos?
voltamos onde fomos?

pede um desejo...

estar permanentemente
a olhar para dentro



não é necessariamente
egoísmo.

mas não a pisou

"dei-lhe uma flor a cheirar
e ela comeu-a".

à arte

de esperar
de respirar
de parar

é festa, era festa

dias
nocturnos
dias
espinhosos

convite à transgressão

a minha psicanálise são os outros.

destinos cambaios

aos portadores de sinais
resta-me a queixa
e a denúncia
da impossibilidade
do livre-arbítrio
mesmo detectando
as premissas
erradas...

do génesis aos apocalipses

manter a
vida / caixa / arca / banheira
desenferrujada

ou então mudar de corpo...

parabenizar

momento a momento,
instantâneo a instantâneo,
dia a dia

uma dedicatória
é uma prova de dedicação.

"caminhoso"

não se nasce para morrer.
vive-se e morre-se.

regozijo

um dos truques é procurar outras janelas na janela que nos calhou.

entre a abertura e a clausura

a quantos estamos?
quantos estamos?
estamos?

privação e/ou provação

esmola
jejum
meditação
oração
penitência

longevidade

distância daqui a além.

dia isabelino de...

o pensamento solidificou-se e desmoronou em letras vãs.

Fevereiro

mês novo
vida nova

a passo(s) de aranha...